O filho de Vlado, Ivo Herzog, participará do 20º Conselheiro Vivo na Mesa de Debates “De Canudos ao Golpe: memórias da resistência”, nesta segunda (11), às 19 horas, na Casa de Antônio Conselheiro. Ivo falará sobre a vida de Vladimir Herzog e seu projeto de fazer um documentário sobre Conselheiro e Canudos
As trajetórias de Antônio Conselheiro, líder do Arraial de Canudos, e do jornalista Vladmir Herzog, Vlado, se entrelaçam. Em vida, Conselheiro ousou lutar por uma vida digna para milhares de sertanejos que procuravam Canudos fugindo da seca, da fome e dos desmandos de coronéis e de latifundiários. Já Vlado lutou pela liberdade e contra a opressão do regime ditatorial instaurado no Brasil em 1964 e pela democracia. Na morte, ambos foram vítimas do Estado. Conselheiro morreu em 1897 durante a quarta expedição de soldados enviada para destruir o arraial. Quase 80 anos depois, em 1975, Vlado foi torturado e assassinato pela Ditadura.
O diálogo entre as histórias de Antônio Conselheiro e de Vladimir Herzog será tema da Mesa de Debates “De Canudos ao Golpe: memórias da resistência”, com Ivo Herzog, filho de Vlado, na noite desta segunda-feira (11/03), às 19 horas, na Casa de Antônio Conselheiro, equipamento da Secretaria da Cultura do Estado (SECULT-CE) gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM) em Fortaleza.
Para Ivo, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Vladimir Herzog (SP), a violência do Estado que resultou nas mortes do seu pai e de Conselheiro está presente nos dias atuais. “Essas histórias têm mais a ver com o presente do que com o passado. Esta opressão do Estado continua matando pessoas, a maior parte pobres e negros. Se a gente não ficar atento, o fascismo e o autoritarismo estão na nossa porta querendo entrar”, afirma.
Outro fato que aproxima Conselheiro e Vladimir Herzog é que o jornalista tinha planos de fazer o seu primeiro longa-metragem sobre o líder de Canudos. Segundo Ivo, o cinema era a grande paixão de Vlado. “O jornalismo era uma etapa, tipo um pedágio que ele estava pagando pra fazer o que ele queria que era o cinema. O sonho dele era o cinema. O primeiro filme que ele ia fazer era sobre Canudos. Ia fazer no ano seguinte da morte (1976). E a gente, família, conhece pouco desta interface porque depois que ele morreu, a gente foi dragado pela luta pela verdade que deixamos de entender mais os trabalhos que ele vinha fazendo”, relata.
Sete meses antes de ser assassinado, Vlado viajou para Canudos (BA) para fazer uma pesquisa de campo para o seu documentário. Do material coletado, a família guardou um acervo de fotos que Vlado fez na região. Uma coletânea de 206 fotografias pode ser vista na exposição virtual “Viagem a Canudos” no site do Instituto Vladimir Herzog. Veja no link.
Sobre o convite de participar do 20º Conselheiro Vivo, em Quixeramobim, Ivo Herzog declara que recebeu com muita alegria por entender que é uma oportunidade de falar sobre a vida do pai. “Essa é uma experiência muito rica pra mim porque a ida do meu pai a Canudos é a última fase da vida dele. São as fotos mais recentes que tem. Eu tinha aquelas fotos, sabia que era de Canudos, mas pra mim sempre foi uma coisa muito misteriosa, onde é este lugar, como é este lugar, queria conhecer um pouco mais esta história”, diz.
Show da Banda “Plutão Já foi Planeta”
Após a Mesa de Debates com Ivo Herzog, às 21 horas, a banda de indi pop “Plutão já foi Planeta”, de Natal, se apresenta também na Casa de Antônio Conselheiro. O show estava previsto para domingo (10), mas foi adiado por conta da chuva. A apresentação em Quixeramobim faz parte da turnê “Em Todo Canto”. A banda é formada por Gustavo Arruda (voz, guitarra, contrabaixo elétrico), Sapulha Campos (voz, guitarra, ukulele, escaleta) e Cyz Mendes (voz)..
SERVIÇO
Mesa de Debates “De Canudos ao Golpe: memórias da resistência”, com Ivo Herzog
Segunda-feira (11/03), às 19 horas
Casa de Antônio Conselheiro – Rua Cônego Aureliano Mota, 210, Centro
Assessoria de imprensa
Viviane Lima (31) 99459.4883
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